domingo, 10 de janeiro de 2010
Novo filme do agente 007
Hollywood oferece contrato milionário a director de curta no YouTube
Um cineasta uruguaio recebeu a oferta de um contrato de US$ 30 milhões para fazer um filme em Hollywood, poucos dias depois de ter colocado no YouTube um curta-metragem de ficção científica dirigido por ele.
No curta Ataque de Pânico, robôs gigantes invadem a cidade de Montevidéu, no Uruguai.
O cineasta Fede Alvarez conta que, poucos dias após colocar seu filme no site de vídeos, recebeu inúmeros e-mails de grandes estúdios de Hollywood interessados no seu trabalho.
“Coloquei na quinta-feira, e na segunda-feira meu email estava totalmente repleto de mensagens de estúdios de Hollywood como Dreamworks, Sony, Universal…", conta ele.
"Realmente foi impressionante. Ficamos todos em estado de choque."
Alvarez foi contratado pela produtora de Sam Raimi, diretor de Homem-Aranha e Uma Noite Alucinante.
Filmes 3D em português
Jovem de Barcelos descobriu uma nova área, investiu e foi premiado. Criou a primeira empresa lusa de filmes 3Dimensões.
Um jovem de Barcelos vai abrir em Janeiro a primeira empresa de produção de filmes 3D no país, "Hypercube - Produções Estereocópicas". Marco Neiva, de 24 anos, fez o primeiro conteúdo em Portugal a três dimensões (3D), com alta definição, cenário real ("live action") e em formato Blu-ray 3D. O documentário "Viagem às Maravilhas de Barcelos", sobre o património do seu concelho, foi levado ao National Association of Broadcasters Show, em Las Vegas, nos EUA, tido como maior evento do mundo ligado ao audiovisual.
"Sou sozinho: capto imagem, edito, realizo. Revelo tudo o que faço ou sei, o que me torna parceiro em vez de concorrente", vinca. Licenciou-se em Computação Gráfica e Multimédia pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Como "nada havia escrito em português" investigou online, em manuais ingleses e comprou equipamento lá fora. Criou o fórum estereoscopia3d.wordpress.com, o evento www.3dingames.com e levou o fenómeno a várias "lan party". Expôs a tecnologia em cursos de Multimédia, Marketing e Turismo, como no Politécnico do Cávado e Ave.
Marco Neiva foi ainda convidado pela Sony para fazer palestras a realizadores e produtoras, como a SIC e a RTP, no âmbito do projecto europeu Sony Star RoadShow. Marco quer continuar a promover o meio e tenciona "integrar tecnologia software e hardware, como os videojogos em salas de cinema ou fazer aplicações tridimensionais no Google Earth".
Viu pela primeira vez um filme 3D, "Beowulf", há dois anos, em Braga. Comprou logo óculos e monitor 3D e duas câmaras. "Demonstrei aos colegas de curso, nem o professor conhecia, e decidi fazer tese na área", explicou. A primeira parte era investigar, a segunda produzir um filme (no caso, "Viagem às Maravilhas de Barcelos") e a terceira o plano de negócios. O projecto foi premiado no Poliempreende - Concurso de Empreendedorismo dos Politécnicos Portugueses, com incentivo de 2000 euros e apoio para criar a empresa.
Sem calças no metro de Lisboa
Várias dezenas de pessoas tiveram hoje, domingo, a coragem de contrariar as baixas temperaturas e viajaram no Metropolitano de Lisboa sem calças, uma iniciativa realizada pelo ImprovLisboa.
Tal como vem anunciado no blogue, o ImprovLisboa "é um grupo que causa situações de caos e alegria no dia cinzento dos habitantes de Lisboa" e hoje, ao mesmo tempo que noutras 40 cidades europeias e pelo segundo ano consecutivo, o desafio foi andar de metro sem calças.
O objectivo "é tornar as pessoas mais alegres e bem dispostas e mais conscientes de que às vezes as regras alteram-se e o mundo não é sempre igual. As pessoas vão sempre caladas no metro a pensar que o dia de hoje vai ser igual a todos os dias e hoje não vai", garantiu à Lusa o mentor da ideia em Portugal, Francisco Belard, responsável pelo grupo ImprovLisboa.
O plano era simples e foi explicado em traços gerais às muitas dezenas de pessoas que se propuseram ao desafio: o ponto de encontro estava definido para a estação de metro de Alvalade, tinham de trazer roupa prática, uma mochila para depois guardarem as calças e muita vontade e pouca vergonha por se despirem dentro de uma carruagem do metro.
Apesar da boa disposição, não se pretendia chocar ninguém e, por isso, havia regras a cumprir.
"Vai sempre haver gente a ficar chocada e a não perceber o sentido, mas isso aconteceria mesmo que fossemos vestidos de palhaço ou a fazer outra coisa qualquer, mas as regras são não usar roupa interior que revele mais do que um fato-de-banho e tirar as calças sem declarar o que estamos a fazer e sem perder a compostura", esclareceu Francisco Belard.
No ponto de encontro, os participantes foram divididos em quatro grupos e a cada grupo foi atribuído um líder. Depois, a cada grupo, foi estipulada qual a estação de metro em que deveriam sair da carruagem.
A viagem começou na estação de Alvalade, primeiro com destino a Telheiras. Aí, os participantes deveriam mudar de sentido e voltar a entrar no metro, cada grupo em carruagens diferentes. Depois de saírem de Telheiras, os membros de cada grupo foram então despindo-se, numa viagem até à estação do Cais do Sodré.
Por ser um domingo, as carruagens do metro iam mais vazias do que num habitual dia de semana, mas ainda assim com os passageiros suficientes para a iniciativa provocar algumas reacções.
"Faz-me pensar, questiono porquê, porque é que com um frio destes as pessoas estarão assim [sem calças]?", questionava Maria Marques.
Já Herculano Gaspar admitiu que estava a "achar muita piada".
"Nestes primeiros dias de Janeiro, acho que é das poucas coisas que fazem rir um bocadinho e acho muito engraçado", disse à Lusa, admitindo que "faz muita falta rir".
Inês Martins, por seu lado, admite mesmo participar no próximo ano porque o que viu a fez ficar "bastante bem disposta".
"Temos aquela ideia que os portugueses olham de lado ou gozam um pouco, mas daquilo que eu tenho estado a ver, até agora, as pessoas riem-se e eu acho muita piada. Não faz mal nenhum rirmos e se tivermos de esperar por situações deste género, melhor ainda porque há que ser original", defendeu.
Manuel Catarino era, com os seus 49 anos, um dos participantes mais velhos, senão mesmo o mais velho. Contou à Lusa que assim que viu na Internet o anúncio da iniciativa, disse logo às filhas que ia participar.
"Pedi ajuda à minha filha do meio, [disse-lhe] vê lá se é em Alvalade, não sei bem o que é que é e a minha filhota disse-me que era no metro de Alvalade. E eu disse porreiro, estou lá".
Já as filhas ficaram em casa.
"As minhas filhas não se metem nisto, o pai é que sempre foi maluco e continua a ser", disse Manuel Catarino.
Partindo de Telheiras e doze estações depois, o grupo alcançou o destino final, a estação de Cais do Sodré, e sob o olhar desconfiado dos funcionários do Metropolitano de LIsboa, mas já com as calças vestidas, a iniciativa terminou com uma grande salva de palmas.