domingo, 28 de dezembro de 2008

Espanha aumenta o salário minimo 621 EUROS




O Governo socialista espanhol aprovou hoje o aumento do salário mínimo em Espanha, fazendo-o passar dos actuais 570,6 euros para 621 euros no próximo ano.“Aprovámos o decreto que estabelece o salário mínimo interprofissional nos 621 euros por mês, com efeito a partir de 1 de Janeiro”, anunciou o chefe do Governo, José Luís Rodriguez Zapatero, numa conferência de imprensa do último Conselho de Ministros deste ano.


Lobo Antunes critica preços dos livros


O escritor António Lobo Antunes considerou sábado no Porto que os livros em Portugal são "indecentemente caros", referindo que "há países com maior poder de compra onde são muito mais baratos", como Alemanha, Holanda e Noruega.
O autor de "Arquipélago da Insónia", publicado este ano e que já vai na sétima edição, falou durante a cerimónia em que recebeu o Prémio Clube Literário do Porto, com um valor pecuniário de 25.000 euros.
Lobo Antunes, de 68 anos, foi apresentado pelo jornalista, comentador e professor Carlos Magno como um autor que "escreve sobre a contemporaneidade como poucos o fazem neste país", fazendo uso de uma "ironia absolutamente a toda a prova".
O escritor disse que não podia deixar de estar no Porto para receber o prémio, por ter "uma dívida de gratidão muito grande para com a cidade", que vem do tempo em que esteve internado num hospital lisboeta, a lutar contra um cancro.
"Quando há dois anos estive muito doente, recebi sete, oito mil cartas e a maior parte eram do Porto. Isso é uma coisa que nunca poderei pagar", explicou.
O autor falou sobre a sua doença, a morte, a escrita, a cultura, a guerra, o preço dos livros, entre outros temas.
Disse por exemplo que os governos pouco têm feito pela cultura desde o 25 de Abril de 1974.
"Quem tem trabalhado com a cultura são as autarquias e são fundações" como aquela a que está ligado o Clube Literário do Porto, a Fundação Dr. Luís de Araújo, defendeu.
Como autor, o que o move é "tentar colocar em palavras o que por definição é impossível contar em palavras, como as emoções ou os impulsos".
Lobo Antunes evocou Ernesto Melo Antunes, que foi um dos ideólogos do 25 de Abril e morreu há nove anos, tendo mantido com ele uma grande amizade.
"A morte de um amigo é uma coisa irreparável", resumiu, para depois acrescentar que "o que aparece nos livros são estas coisas todas, ou seja, a vida".
"Os portugueses vivem tão mal e os livros são tão indecentemente caros!", criticou, em seguida, frisando que "que quem lê não são as classes altas, é a classe média baixa, como se pode observar nas feiras do livro".
O presidente da Fundação Dr. Luís de Araújo, Augusto Morais, ofereceu a Lobo Antunes um elefante prateado, que definiu como sendo "uma provocação à memória" do escritor.
O autor de "Memoria de Elefante", o seu primeiro livro, lançado em 1979, recordou que ninguém, na altura, queria publicar este livro, que acabou por ser um êxito editorial.
Perante uma plateia constituída por várias dezenas de pessoas, entre elas muitos jovens, Lobo Antunes falou sobre a sua experiência enquanto doente com um cancro, dizendo que viveu então "uma mistura de sentimentos" e que passou depois "dois meses sentado numa cadeira, completamente vazio".
Segundo Lobo Antunes, a doença deu-lhe outra perspectiva sobre a vida.
"A gente passa a jogar com as cartas para cima; não há nada para esconder", sustentou.
António Lobo Antunes revelou à comunicação social que poderá haver um novo livro seu "talvez para o fim do ano que vem".
"Não depende só de mim, penso que sim, se for capaz de o acabar", completou.
O Prémio Clube Literário do Porto tem "um significado muito maior do que um prémio no estrangeiro, por maior nome que o prémio tenha".
"É para as pessoas do meu país que eu escrevo", justificou.
Esta é a quarta edição do Prémio Clube Literário do Porto, que nos anos anteriores distinguiu os escritores Mário Cláudio, Armando Baptista Bastos, e Miguel Sousa Tavares.

Último segundo do dia 31 vai acontecer duas vezes


As badaladas da meia-noite, para serem certas, devem este ano começar a bater com um segundo de atraso.
A mudança da hora padrão será feita nos relógios atómicos de todo o Mundo. Temos de acertar o nosso ritmo com a rotação da Terra.
O ano de 2008 será acrescentado em um segundo, adiando por essa fracção de tempo a passagem para 2009. O marca-passo é feito nos relógios atómicos das entidades que, em cada país, têm a responsabilidade de zelar pela hora-padrão. No caso português, o Observatório Astronómico de Lisboa.
Segundo explicou ao JN o director do Observatório, este atraso em um segundo torna-se necessário para nos sincronizarmos melhor com a velocidade de rotação da Terra. Disse-nos Rui Agostino que a divisão do tempo dos dias e noites no nosso planeta em horas, minutos e segundos distribuídos por um ano foi feita e acordada em 1820. Desde então, no entanto, a rotação da Terra foi ficando mais lenta e os 86.400 segundos das 24 horas podem não corresponder exactamente ao tempo de uma rotação da Terra . A diferença, para mais, no tempo de rotação da Terra sobre si própria implicaria um notório desacerto, caso se fosse acumulando.
O desfasamento só foi notado na década de 60 do século passado devido à alta precisão dos relógios atómicos. Assim, desde os anos 70, a comissão internacional encarregada de zelar pelo nosso tempo planetário, passou a contemplar a possibilidade de os relógios serem atrasados. O acerto mais recente foi feito em Dezembro de 2005. O primeiro ocorreu em 1972 e, desde então, houve que somar 24 segundos. Haverá anos em que caberá mais do que um segundo. Nesse caso, um dos dois acertos recairá em Junho ou Julho. A decisão quanto á necessidade de introdução de um segundo intercalar cabe ao Serviço Internacional de Rotação da Terra e dos Sistemas de Referências, com sede em Paris.
O Observatório Astronómico de Lisboa, encarregado de zelar pela hora padrão (o Tempo Universal Coordenado- TUC) já tem programada esta alteração, que será feita nos cinco relógios atómicos ali existentes. Trata-se de equipamentos que têm rubídio incorporado em estado gasoso. O rubídio tem propriedades metálicas quando se encontra em estado sólido. Os relógios com este elemento químico dizem-se atómicos porque utilizam as suas transicções electrónicas.
Segundo explicação do astrónomo Rui Agostinho, não é propriamente o andamento dos relógios atómicos que vai ser alterado; haverá, isso sim, um compasso de espera no último segundo do ano, que será repetido ou contado duas vezes.
Esta alteração, em alguns países, pode não ser tão próxima da passagem de dia e de ano; por exemplo, em França, ela está marcada para quase uma hora depois das badaladas da meia-noite. Em Portugal, que segue a hora legal do fuso do meridiano de Greenwich, a mudança será feita verdadeiramente mesmo tempo, mas 60 minutos mais cedo nos mostradores dos relógios comparativamente à Europa central.