sábado, 6 de dezembro de 2008

Televisor do futuro será fino como papel


Tecnologia. Imagine-se a dobrar o seu aparelho receptor de televisão, em dois ou em quatro, como faria como uma folha, antes de o guardar no bolso. O primeiro protótipo de OLED, tecnologia que o tornará realidade, foi apresentado este ano
Cores extremamente vivas, brilho fora de série e ainda melhor contraste são algumas das características que definem os novos televisores com tecnologia OLED (díodo orgânico emissor de luz). Mais: os aparelhos de TV do futuro podem vir a ser tão finos como uma simples folha de papel, enrolados ou dobrados e transportados no bolso ."Até agora, os ecrãs eram apenas ecrãs", disse ao Financial Times o presidente do grupo de desenvolvimento da Sony que, desde 1998, tem vindo a investigar novos tipos de displays. "Vão poder fazer outras coisas", afirmou Tetsuo Urabe. "Por exemplo, será possível ter um sensor de imagem no ecrã, o que permitirá efectuar uma videochamada na qual a pessoa com quem se está a falar pode olhar directamente nos nossos olhos - em vez de fixar a câmara no topo do visor", explicou o químico.Mas como é que um químico se torna líder de uma equipa que desenvolve ecrãs para TV? Na verdade, a questão é mesmo essa. Ao contrário da habitual electrónica, a tecnologia OLED assenta na utilização de compostos de moléculas de carbono, os díodos orgânicos, que emitem luz ao receber carga eléctrica. Material descoberto por um outro químico, o investigador da Kodak Ching Tang, no final dos anos 70. Na prática, num televisor OLED, é o próprio ecrã que emite luz, mais precisamente vinda da fina camada de químicos vermelhos, verdes e azuis. Como não é necessária uma fonte adicional de luz, além de muito fino e leve, o aparelho necessita de pouca energia para funcionar.Assim, porque é que os televisores OLED ainda não suplantaram os LCD e os plasma, 30 anos depois de descoberta a tecnologia e dez anos depois de estar a ser aplicada? Até há pouco, o químico azul deteriorava-se rapidamente, o que limitava o tempo de vida do televisor. Mas o problema está resolvido, garante Urabe. Restam dois contratempos: o processador digital, que controla o funcionamento dos píxeis, e o processo de produção, ainda dispendioso. O Sony XEL-1, com três milímetros de espessura, chega à Europa em 2009 (nos EUA custa 2500 dólares, quase 200 euros). A Samsung afirma que a venda em massa do seu protótipo OLED vai começar em 2009. É esperar para ver...

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