segunda-feira, 16 de março de 2009

Madagáscar: Tiros nas salas da presidência

President Marc Ravalomanana
Andry Rajoelina

Disparos de armas automáticas e duas explosões foram ouvidos no interior dos gabinetes da presidência de Madagáscar, pouco depois de militares terem entrado no edifício, testemunharam jornalistas no local.
Os militares entraram no edifício presidencial no centro de Antananarivo arrombando com dois blindados os portões do recinto depois de o Presidente, Marc Ravalomanana, ter abandonado a capital para se refugiar num palácio a cerca de 12 quilómetros do centro de Antananarivo.
Antes de entrarem, os militares cercaram o edifício e apelaram, com megafones, para que as pessoas que se encontrassem no interior saíssem para a rua.
Madagáscar encontra-se mergulhado há mais de um mês numa grave crise política provocada pelo conflito aberto entre Ravalomanana e Andry Rajoelina, ex-presidente da Câmara de Antananarivo e líder da oposição, que acusa o chefe de Estado de autoritarismo, peculato, violação da Constituição e de "vender a ilha aos interesses estrangeiros".
Domingo, Ravalomanana afirmou estar disposto a organizar um referendo para resolver a crise aberta com a oposição.
No fim-de-semana, Rajoelina autoproclamou-se presidente da Alta Autoridade de Transição e prometeu realizar eleições presidenciais dentro de dois anos.
O líder da oposição, 34 anos, declarou sábado que tem o exército "sob seu comando" e fez um ultimato de quatro horas a Marc Ravalomanana para se demitir, embora sem adiantar o que contava fazer quando terminasse o prazo.
O "primeiro-ministro" desta "alta autoridade de transição", Roindefo Zafitsimivalo Monja, rodeado pelos seus "ministros", afirmou sábado que "o Presidente da República, a Assembleia Nacional, o Senado e o governo estavam demitidos das funções".

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