quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"Chegámos momentos antes de aquilo começar a cair"

Vítor Sousa, sobrevivente da derrocada, assegura que nem sequer iam ficar junto à escarpa. Era o último dia de praia antes do fim das férias
O sobrevivente da tragédia ocorrida na sexta-feira na praia Maria Luísa, em Albufeira, continua internado no Hospital de Santo António, no Porto. Vítor Emanuel Sousa, de 24 anos, tem as duas pernas engessadas, está abalado mas falou ao DN. Do acidente, diz que se lembra de tudo e as imagens - "um autêntico pesadelo" - não lhe saem da cabeça.
Vítor Sousa está no serviço de ortopedia do Santo António. Saiu extraordinariamente no domingo para assistir aos funerais da família Fonseca em Britiande, Lamego, em cadeira de rodas. Voltou pois as fracturas que sofreu nas duas pernas obrigam a vigilância médica e medicação.
Naquela sexta-feira de férias viu morrer a namorada, Mariana Mota Fonseca, a irmã dela, Ana Rita, e os pais de ambas, Anabela e António. Lembra-se de cada momento. Mas a recordação é penosa. "Mas recordo-me de tudo muito bem", afirmou ao DN. Conta que aquela era a segunda vez que frequentavam a praia Maria Luísa. Tinham lá estado no dia anterior e aquele seria o último dia de praia no Algarve uma vez que, no sábado, regressariam ao Porto.
"Nem sequer íamos ficar naquele local junto à escarpa. Tínhamos chegado momentos antes daquilo cair", recorda o sobrevivente da derrocada da falésia na Praia Maria Luísa, Albufeira.
A missa de sétimo dia da família Fonseca será celebrada amanhã, na Igreja do Santíssimo Sacramento, no Porto, às 19.00, segundo o site da Ordem dos Advogados anunciava ontem. Uma das filhas do casal, a namorada de Vítor Sousa, estava a terminar o estágio de advocacia num escritório do Porto. Também Vítor é advogado em início de carreira.
O Ministério Público abriu inquérito e vai investigar o sucedido. Segundo a Lusa, ainda não foram recebidos os resultados das autópsias das cinco vítimas mortais do acidente.
Ontem, ao DN, os familiares de Emília Freitas - emigrante em França, natural de Marco de Canaveses, que também faleceu na derrocada - diziam não ter tido qualquer acompanhamento das autoridades e que as duas filhas menores da vítima estão a receber apoio psicológico a expensas próprias.

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