terça-feira, 10 de novembro de 2009

António Variações em leilão


A vida de António Variações, nas suas mais diversas facetas, é em parte contada numa série de objectos que vão a leilão depois de amanhã, quinta-feira, em Lisboa. Manuscritos, fotos, roupas, cassetes e muito mais em 200 lotes.

É no Centro Cultural de Belém que terá lugar o primeiro leilão do espólio de um artista pop no país. A sessão começa às 21 horas e decorre na sala Maria Helena Vieira da Silva, onde 200 lotes vão ser colocados à venda pela leiloeira P4, com bases de licitação entre os dez e os mil euros. Será possível acompanhar e participar pela Internet, através do site "p4liveauctions.com".

Entre os objectos pessoais do cantor encontra-se um conjunto de 41 cassetes originais que estiveram na base do projecto "Humanos" (Camané, David Fonseca e Manuela Azevedo), grupo que celebrizou, entre outros, o tema "Maria Albertina", cujo manuscrito vai também a leilão. Há ainda um número considerável de fotografias (Variações com a mãe ou no cumprimento do serviço militar são apenas alguns exemplos), moedas, roupas, adereços, peças de bijutaria e objectos que o artista usava na sua outra arte conhecida, a de barbeiro.

Um catálogo assinado por Amália Rodrigues e outras peças alusivas à fadista estão igualmente entre os objectos a leiloar. Os lotes podem ser consultados online, no site atrás referido. Luís Trindade, responsável pela leiloeira, referiu à Lusa que o catálogo do leilão tem "suscitado interesse", mas recusou-se a adiantar quaisquer outros pormenores, por motivos de "sigilo profissional". Certo, certo, é que os objectos partem para a venda a preços bastantes acessíveis.

"Queremos que se venda tudo e, nesse sentido, iremos praticar preços competitivos para que toda a gente possa ter uma coisa do António Variações", acrescentou Luís Trindade. Por exemplo, o manuscrito da canção "É p'ra amanhã" tem como base de licitação os 250 euros.

Natural de uma aldeia de Amares, António Variações começou a carreira de cantor em finais dos anos 70. Terá sido a primeira figura pública portuguesa vitimada pela sida, em 1984.

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